Aviões da Gol têm que sair mais vazios para conseguir pousar no Santos Dumont

Ricardo Gallo
Boeing 737-800 da Gol, modelo usado na ponte áerea (Eduardo Knapp – 8.jun.2011/Folhapress)

* Post corrigido às 18h32

Você sabia que os aviões da Gol que fazem a ponte aérea entre o aeroportos de Congonhas e Santos Dumont têm que sair com 27 assentos vazios?

Isso acontece por dois motivos: a primeira está no fato de a pista do Santos Dumont ser curta –a mais curta entre os maiores aeroportos brasileiros, com apenas 1.323 metros. (Para se ter uma ideia, a pista principal do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, tem 3.700 metros).

A segunda explicação está no modelo de avião que a Gol usa para fazer a ponte aérea. O Boeing 737-800 tem capacidade para 183 passageiros. Se saísse cheio, não poderia operar no Santos Dumont porque ficaria com mais peso do que o necessário para o avião decolar.

A Gol então passou a usá-lo com 156 passageiros –15% menos lugares. Para compensar o fato de ter que usar a aeronave mais vazia, a empresa passou a oferecer a possibilidade de os passageiros comprarem, só na ponte aérea, o direito de se sentar sem vizinhos ao lado.

O modelo que a Gol usa no Santos Dumont foi desenvolvido especialmente para a empresa pela Boeing, com desempenho específico para pousar em pistas pequenas, como uma maior atuação dos freios. Esse avião é chamado de Boeing 737-800 SFP, sigla em inglês para desempenho em pistas curtas.

A TAM e a Avianca, as outras duas empresas que fazem voos de ponte aérea, dizem não ter limitações de passageiros ou carga na ponte aérea. Ambas usam outro tipo de avião: Airbus A319, com capacidade para 132 (Avianca) e 144 (passageiros). Por ser menor que o Boeing 737-800, essa aeronave consegue operar sem restrições no Santos Dumont.