Ex-funcionários da Panair se reúnem hoje no Rio

Ricardo Gallo

Cerca de 200 ex-funcionários da companhia aérea Panair do Brasil, que durante duas décadas liderou o setor de aviação comercial no país, vão se reunir hoje no Clube da Aeronáutica, ao lado da antiga sede da empresa no Aeroporto Santos Dumont (Rio), para uma confraternização.

O ritual se repete todo mês de outubro desde 1966, um ano depois que a Panair foi fechada pela ditadura militar.

“O fechamento súbito e violento da companhia traumatizou seus colaboradores e assustou a sociedade. A reunião é um encontro de amigos, sem conotação política. Mas representa um exemplo raro de resistência ao arbítrio e defesa de uma causa”, diz Daniel Leb Sasaki, autor do livro “Pouso forçado: a história por trás da destruição da Panair do Brasil pelo regime militar”, sobre o fim da companhia.

A Panair operou de 1929 a 1965. Tinha voos para a América do Sul, Europa, África e Oriente Médio, e era dona de aeroportos e da infraestrutura de telecomunicações aeronáuticas do país.

Fechada sem aviso prévio sob a alegação de que estava quebrada, pagou todos os credores e tentou retomar as operações ainda nos anos 1960, mas foi impedida por um decreto-lei especial baixado no governo Costa e Silva.

As intervenções do regime militar contra a empresa estão sendo investigadas pela Comissão Nacional da Verdade, que realizou audiência pública sobre o caso em março de 2013.