Aeronautas aceitam proposta das empresas aéreas e cancelam greve de amanhã
Os aeronautas decidiram cancelar a greve geral programada para amanhã em todo o país.
As assembleias do Sindicato Nacional dos Aeronautas em São Paulo, Brasília, Rio, Porto Alegre e Belo Horizonte acabaram por volta das 16h30.
A categoria, formada por 18 mil pilotos, copilotos e comissários de bordo de linhas aéreas regulares, aceitou proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, de 5,6% de reajuste salarial, o equivalente à variação da inflação no período.
Os tripulantes pediram inicialmente 12%, mas na última assembleia baixaram o pedido para 8%.
“É insuficiente, mas houve avanço em cláusulas sociais”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Marcelo Ceriotti. Entre eles estão a criação de piso salarial para comandante e copiloto e melhores condições de escala para tripulantes em até seis meses depois do fim da licença-maternidade.
A categoria decidiu cancelar a greve também, diz, em razão do prejuízo que a paralisação traria à população. Estão previstos 360 mil embarques e desembarques amanhã nos aeroportos, o dia de maior movimento neste final de ano.
A intenção do SNA era parar 80% dos tripulantes. Mas ontem uma decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho) engessou a greve, determinando que 80% dos tripulantes trabalhassem, sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato.
O presidente do SNA disse que a entidade estava disposta a arcar com a multa para levar a paralisação adiante.
Eis a nota do sindicato:
“Os aeronautas, categoria composta por pilotos, copilotos e comissários de voo, decidiram aceitar as propostas das companhias aéreas, encerraram o estado de greve e cancelaram a paralisação do setor, que estava prevista para iniciar nesta sexta-feira (20/12). A decisão foi tomada em Assembleia realizada hoje, 19, em cinco bases do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
Depois de várias negociações entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), os tripulantes aceitaram reajuste salarial de 5,6% e diversos itens sociais para melhores condições de trabalho, como estabelecimento de piso salarial para copiloto e comandante; previsão de vale alimentação para quem recebe salário líquido até R$ 3.248,01; melhores condições de escala para as tripulantes num prazo de seis meses após o retorno da Licença Maternidade; passe livre (permite que os aeronautas da aviação regular utilizem voos domésticos das empresas congêneres).
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Marcelo Ceriotti, “em respeito aos usuários do transporte aéreo e pela fragilidade do sistema da aviação brasileira, decidimos cancelar a paralisação, mas vamos continuar nossa busca por melhores condições de trabalho e para o setor. Buscaremos junto ao governo um trabalho conjunto para implementação de melhorias sustentáveis para o sistema de aviação nacional”.