Novo Airbus A321 de longo alcance faz primeiro voo transatlântico

Guilherme Magalhães

A Airbus deu um importante passo nesta semana para a introdução do novo A321LR, aeronave de fuselagem estreita (narrowbody) que deve impactar o mercado de longa distância.

O modelo fez nesta quarta-feira (14) seu primeiro voo entre Paris e Nova York, rota que a fabricante europeia está usando para propagandear o alcance ampliado do avião —daí o LR, Long Range—, com direito a pintura especial na fuselagem mostrando que a Torre Eiffel e a Estátua da Liberdade estarão ligadas pela aeronave.

A possibilidade de uma rota movimentada como Paris-Nova York, separadas por 5.800 km, poder ser feita por uma aeronave de fuselagem estreita anima as companhias aéreas, que só tinham como opção aviões de fuselagem larga (widebody), como os Airbus A330, A340 e A350, ou os Boeing 767, 777 e 787 —além, é claro, dos gigantes A380 e 747.

O A321LR deu início ao seu programa de testes de voo no último dia 2, quando decolou de Hamburgo, na Alemanha, onde é fabricado. Serão quase 100 horas em voos nos próximos meses para obter, no segundo trimestre deste ano, a certificação da Easa (Agência Europeia para a Segurança da Aviação) e da americana FAA (Administração Federal de Aviação). O modelo deve entrar em serviço no quarto trimestre de 2018.

Segundo a Airbus, o A321LR tem uma autonomia de 7.400 km, possibilitada pela instalação de um terceiro tanque central de combustível, e leva até 240 passageiros. Até o momento a europeia diz ter recebido mais de cem pedidos.

Ele é uma variante do novo A321neo, que por sua vez é uma atualização do A321, modelo que domina o mercado de aviões médios, com uma fatia de 80%.

Esse domínio foi de certa forma facilitado pela Boeing, que deixou de produzir em 2004 o 757, principal rival do A321, e até agora não introduziu um substituto.

O novo Boeing 737 MAX 10, que deve entrar em operação em 2020 (Foto: Divulgação)
O novo Boeing 737 MAX 10, que deve entrar em operação em 2020 (Foto: Divulgação)

A atual tranquilidade da Airbus, no entanto, pode acabar em breve com o novo Boeing 737 MAX 10, o maior modelo da família 737 já produzido, com capacidade para até 230 passageiros. Lançado na Feira de Paris em junho passado, o avião deve entrar em operação ao longo de 2020.