Depois dos japoneses, chineses investem em novo avião supersônico
A Boom Supersonic, empresa americana que trabalha em um novo avião supersônico que promete ser mais confortável, silencioso e rápido que o Concorde, recebeu mais um investimento.
O montante investido pela Ctrip, maior agência de viagens online da China, não foi divulgado, mas sabe-se que a fabricante baseada em Denver, no Colorado, já levantou US$ 85 milhões (R$ 306,5 milhões).
A Ctrip pretende, segundo seu presidente, ter um leque de investimentos em “tudo relacionado a viagens”. Como a China é hoje o segundo maior mercado para a aviação do mundo e deve se tornar o primeiro até 2022, a notícia é ótima para a Boom, que assegura uma porta de entrada com a possibilidade de diminuir o tempo de voo entre Xangai e Los Angeles das atuais 12 horas para seis.
Como contrapartida, entre 10 e 15 clientes da agência chinesa devem estar no primeiro voo do supersônico americano.
No final do ano passado, a Japan Airlines já havia investido US$ 10 milhões (R$ 36 milhões) na Boom, que diz ter 76 pré-reservas para um avião de 55 lugares que seria capaz de fazer um voo Londres-Nova York em apenas 3h15min —hoje esse tempo é de oito horas.
A segunda maior companhia aérea japonesa tem a opção de comprar 20 aviões da Boom, sendo um dos dois clientes já identificados. O outro é o grupo Virgin, que tem uma pré-reserva de 10 unidades. A Japan Airlines também irá auxiliar a Boom com o design da aeronave e a experiência dos passageiros.
Cada avião sairia por estimados US$ 220 milhões (R$ 793 milhões). Para efeito de comparação, um Boeing 747-8i, que leva até 410 passageiros, custa US$ 400 milhões (R$ 1,4 bilhão).
Previsto para entrar em operação em 2023, o avião da Boom voaria em Mach 2.2 —ou 2.695 km/h—, 10% mais rápido que o Concorde, supersônico desenvolvido em parceria por britânicos e franceses nos anos 1970 e que deixou de voar em 2003.
Um avião tradicional, em voo de cruzeiro, faz cerca de 800 km/h, ou seja, menos que a velocidade do som, que é de aproximadamente 1.200 km/h.
O desafio, uma vez mais, é o preço da passagem. A Boom afirma que um bilhete de classe executiva sairia por US$ 5.000 (R$ 18 mil). O tíquete ida e volta entre Londres e Nova York no Concorde custava cerca de US$ 10 mil há 15 anos.