Após acidentes, Ryanair abandona o MAX ao nomear 737 que encomendou

Uma das maiores companhias aéreas da Europa, a low cost Ryanair, é mais uma empresa a abandonar o nome 737 MAX desde a suspensão de voos do avião da Boeing, em março, após dois acidentes que deixaram ao todo 346 mortos na Indonésia e na Etiópia.

Imagens de um fotógrafo especializado divulgadas em uma rede social nesta segunda-feira (15) mostram aeronaves já com a pintura da Ryanair estacionadas no pátio da fábrica da Boeing em Renton, no oeste dos EUA, onde estão aterrados os 737 MAX que continuam sendo produzidos mas não podem ser entregues às companhias.

O que chama a atenção é que, na fuselagem do avião, não é o nome 737 MAX 8 que aparece, e sim a nomenclatura 737-8200.

A Ryanair encomendou 135 aviões 737 MAX 8, mas de uma versão alongada, que eleva a capacidade de 162 para 197 lugares. Esse modelo é chamado internamente de MAX 8 200, e é menor que os irmãos maiores da família, o MAX 9 e o MAX 10.

Nem a Ryanair nem a Boeing se manifestaram sobre as imagens. A fabricante americana estima que as atualizações para corrigir o problema do MAX levarão até setembro para ficarem prontas. Uma mudança de nome não é considerada.

Não seria o primeiro caso em que o nome MAX sai de cena.

A Gol, única companhia brasileira a operar o modelo, adotou a nomenclatura 737-8 em material publicitário recente.

Em junho, durante o Paris Air Show, o grupo IAG —dono das companhias British Airways, Iberia e Aer Lingus, entre outras— e a Boeing anunciaram uma encomenda de 200 737 MAX, considerada um importante atestado de confiança no projeto.

Mas, ao realizar o anúncio, o IAG se referiu às aeronaves como um “misto de aviões 737-8 e 737-10”.

Até mesmo Donald Trump já abordou o tema. Em abril, o presidente dos EUA afirmou em uma rede social: “O que eu sei de marcas, talvez nada (mas eu de fato me tornei presidente!), mas se eu fosse a Boeing, eu consertaria o Boeing 737 MAX, acrescentaria algumas boas características, & RENOMEARIA o avião com um novo nome. Nenhum produto sofreu como este. Mas de novo, o que diabos eu sei?”.